Category Archives: anarcocomunismo

Emma  GoldmanDeve-se ter em mente o processo político para perceber que seu caminho de boas intenções é cheio de armadilhas: manipulação, intriga, bajulação, mentira, enganação; de fato, chicanice de todo tipo, por meio da qual o aspirante político pode alcançar o sucesso. De tempos em tempos, o povo foi tolo o suficiente em confiar, acreditar e apoiar com seu último tostão o político aspirante, somente para acabar sendo traído e enganado.

Emma Goldman, descrevendo o verdadeiro significado de anarquismo

Reservatório de Poses

Gregor Jamroski

 

Seção Um

Fundada na essência enganosa da função da música pop dentro do capital avançado, a revolta pop de hoje só pode mentir para si mesma quanto a sua radicalidade. Os termos pop opositor, música rebelde e bandas radicais são termos inventados. A imprensa de música alternativa, os fanzines amplamente distribuídos produzidos por pessoas descontentes mal-informadas e aspirantes a jornalistas, gosta de rotular as bandas como o centro de gravidade para um movimento de negatividade contra o Poder e a autoridade. Despida da bagagem ideológica encontrada na letra de uma música, uma entrevista ou nas frases de efeito inscritas em discos e capas de fitas cassete, nossas e nossos rebeldes da música proliferam a cada passo de sua atividade as formas alienantes da sociedade contra a qual alegam se rebelar.

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Lilian Wolfe Provavelmente Foi Motivada pela Preocupação Animalista

Jon Hochstartner

 

Nascida em 1875, Lilian Wolfe, cujo nome é escrito de maneiras diferentes em fontes distintas, foi uma feminista, anarquista e vegetariana britânica. De acordo com George Woodcock, ela era amiga e colaboradora do influente anarcocomunista Piotr Kropotkin. Em vista de sua residência na Colônia Whiteway, uma comunidade inspirada por Liev Tolstoi, pode-se pressupor que sua dieta foi inspirada na preocupação pelos animais.

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Anarcafeminismo: Pensando sobre o Anarquismo

Deirdre Hogan

 

Um princípio importante do anarquismo e que mais do que qualquer outro o diferencia de outros tipos de socialismo é sua ênfase na liberdade e nas relações sociais não hierárquicas. Central ao anarquismo é a rejeição de qualquer hierarquia de poder entre homens e mulheres. Anarquistas acreditam que a liberdade de uma pessoa é baseada na liberdade de todas e que portanto não pode haver sociedade anarquista verdadeira sem um fim a todas as estruturas existentes de dominação e exploração, incluindo naturalmente a opressão das mulheres. Como anarquistas, acreditamos que os meios determinam o fim. Isso significa que não esperamos por alguma revolução futura para enfrentar os problemas do sexismo, mas ao invés disso enxergamos que é importante lutar contra ele no aqui e no agora. Como anarquistas, lutamos para assegurar que nossas próprias organizações e também as campanhas com que nos envolvemos estejam livres de sexismo e hierarquias de poder e que todos os membros tenham igual poder de tomada de decisões.

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CNT-AIT Sevilha: Anarcossindicalismo Básico

CapaEste folheto foi preparado para os companheiros e as companheiras que chegam, para as pessoas que não nos conhecem e que mais de uma vez se perguntam o que podem fazer. Pretende dar-lhes uns esclarecimentos básicos sobre o que é o anarcossindicalismo espanhol em seu grau de desenvolvimento atual, como funciona, como luta, como se estrutura, que fins persegue e, por fim, por que seguimos obstinando como nossa gente do século passado agora que nos dizem que vivemos o melhor dos mundos possíveis. Queremos mostrar que o anarcossindicalismo não é algo enfadonho, do passado, mas sim uma forma viva e dinâmica de ação, profundamente original e inovadora.

 

Conteúdo:
Duas palavras prévias
Assim começou tudo
Introdução
I. O que é o anarcossindicalismo?
II. A estrutura básica do anarcossindicalismo: o sindicato de ramo
III. Funcionamento da CNT nas empresas: a seção sindical
IV. Relação de seu sindicato com outros sindicatos da CNT
V. Os princípios do anarcossindicalismo
VI. As votações na anarcossindical
VII. As plataformas básicas
VIII. As reivindicações sociais
IX. O anarquismo e o anarcossindicalismo
X. O panfleto

 

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Por Que Anarquistas Não Votam

Élisée Reclus

 

Tudo que pode ser dito sobre o sufrágio pode ser resumido em uma frase: votar é desistir do seu poder próprio.

Eleger um mestre ou muitos, por um tempo longo ou curto, é render sua liberdade. Chamem-no de monarca absoluto, de rei constitucional ou de simples deputado, o candidato que vocês elevam ao trono, à cadeira, ou à poltrona sempre será seu mestre. São pessoas que vocês colocam “acima” da lei, já que têm o poder de fazer as leis, e porque é sua missão observar sua obediência.

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Maria Lacerda de Moura Se Opunha aos Testes em Animais

Jon Hochschartner

 

Nascida em 1887, Maria Lacerda de Moura, a radical de esquerda brasileira, se opunha aos testes em animais. Apesar de ser frequentemente identificada como anarquista individualista, isso parece ser reducionista, já que numerosas fontes a descrevem como uma apoiadora da luta de classes que condenava o capitalismo. De acordo com Francesca Miller, Moura tinha simpatia para com os objetivos do socialismo internacional, mas rejeitava toda afiliação política. Miller sugeriu que ela fazia isso em termos feministas, citando um livro de 1932 escrito pela esquerdista. “Até agora, qual foi o partido ou programa que apresentou uma solução para o problema da felicidade feminina?”, disse Moura. “Quem se lembrou de libertar as mulheres?… A pátria, o lar, a sociedade, a religião, a moralidade, os bons costumes, os direitos civis e políticos, o comunismo, o fascismo, qualquer outro ismo, revoluções e barricadas… continua a ser a escrava, um instrumento habilidosamente manipulado por homens para suas causas sectárias, sedentas de poder, econômicas, religiosas, políticas ou sociais.”

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O Protesto

José Oiticica

 

Protesto contra o mal da força e da justiça,
Um degrada a fraqueza, outro excita à agressão;
Contra a fé que reduz o homem a alma submissa,
Iludindo-o com céus que nunca se abrirão.

Clamo contra o senhor, clamo contra a cobiça,
Inventora de leis, criadora da opressão.
Sou Spartacus e odeio a pátria se esperdiça
Meu sangue e faz, do suor, esforço hostil ou vão.

Bradam, no meu protesto, os prantos do passado…
Ira acessa de todo um mundo sofredor,
Mártir do amo, do rei, do padre, do soldado!

Sou a nova intuição contra a lei do Senhor;
Sou a ação que destrói a moral do pecado,
Para erigir o orgulho e libertar o amor.

 

Publicado originalmente em “Sonetos”,
Casa Ramalho, Rio de Janeiro, 1919

 

Trabalhadores do Mundo, Uni-vos

Maria Lacerda de MouraO intelectual começa pretendendo ser sincero. Depois, se tudo já foi dito, precisa encontrar o meio de se fazer original. Exagera, deforma, principia a mentir. Logo se adapta, porque despertou os instintos inferiores. E ama a crueldade, a astúcia, a hipocrisia, e adapta as frases nobres e os sonhos delicados à luxúria, ao erotismo, à crueldade sádica e consegue a harmonia desejada entre a forma bela e a ação que avilta. E a crítica o cobre de louvores, tornando-o “humano”… e realista.

 

Maria Lacerda de Moura, sobre o processo de degeração dos ideais