Category Archives: ateísmo

O Protesto

José Oiticica

 

Protesto contra o mal da força e da justiça,
Um degrada a fraqueza, outro excita à agressão;
Contra a fé que reduz o homem a alma submissa,
Iludindo-o com céus que nunca se abrirão.

Clamo contra o senhor, clamo contra a cobiça,
Inventora de leis, criadora da opressão.
Sou Spartacus e odeio a pátria se esperdiça
Meu sangue e faz, do suor, esforço hostil ou vão.

Bradam, no meu protesto, os prantos do passado…
Ira acessa de todo um mundo sofredor,
Mártir do amo, do rei, do padre, do soldado!

Sou a nova intuição contra a lei do Senhor;
Sou a ação que destrói a moral do pecado,
Para erigir o orgulho e libertar o amor.

 

Publicado originalmente em “Sonetos”,
Casa Ramalho, Rio de Janeiro, 1919

 

Trabalhadores do Mundo, Uni-vos

Francesc Ferrer i Guàrdia: A Escola Moderna

CapaÀ hora atual, o sol não tão somente cobre os cumes; estamos em luz quase meridiana que invade até os sopés das montanhas. A ciência, felizmente, já não é patrimônio de um reduzido grupo de privilegiados; suas irradiações benfeitoras penetram com mais ou menos consciência por todas as camadas sociais. Por todas as partes, dissipa os erros tradicionais; com o procedimento seguro da experiência e da observação, capacita os homens para que formem uma doutrina exata, um critério real, acerca dos objetos e das leis que os regulam, e em dois momentos presentes, com autoridade inabalável, incontestável, para o bem da humanidade, para que terminem de uma vez por todas os exclusivismos e os privilégios, se constitui na única diretora da vida do homem, procurando embebê-la em um sentimento universal, humano.

 

Conteúdo:
I. Explicação preliminar
II. Senhorita Meunier
III. Reponsabilidade aceita
IV. Programa primitivo
V. Coeducação de ambos os sexos
VI. Coeducação das classes sociais
VII. Higiene escolar
VIII. O professorado
IX. A renovação da escola
X. Nem prêmio nem castigo
XI. Laicismo e biblioteca
XII. Conferências dominicais
XIII. Resultados positivos
XIV. Em legítima defesa
XV. Ingenuidade infantil
XVI. Boletim da Escola Moderna
XVII. Fechamento da Escola Moderna

 

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O Nacionalismo e o Caminho para a Felicidade dos Chineses

Ba Jin

 

A sociedade chinesa está agora em sua fase mais sombria. Sob tais circunstâncias, pessoas jovens tornam-se impotentes e fracas sem o poder de resistir à corrupção. Mesmo as corajosas podem apenas ficarem quietas e se submeterem ao destino. Quando elas são realmente insuportáveis, o suicídio é a única saída. A China está paralisada; onde podemos encontrar felicidade? Algumas juventudes conscientes acreditam que a única maneira de melhorar a situação atual da China é promover o “nacionalismo”, e identificam o “nacionalismo” como o único caminho para a felicidade dos chineses. As vozes do “nacionalismo” se espalharam por toda a nação. Eu tremo com tal pensamento. O “nacionalismo” é de fato o obstáculo ao progresso humano. Sendo membro desta sociedade, eu não posso aceitar o nacionalismo contra a minha consciência. Eu tenho que argumentar contra o nacionalismo e demonstrar o caminho real para a felicidade dos chineses. Minhas palavras são sinceras e eu desejo receber a simpatia das pessoas que se recusam a ignorar sua consciência.

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Anarquismo e Religião

Nicolas Walter

 

Para o propósito atual, define-se anarquismo como a ideologia política e social que defende que os agrupamentos humanos podem e devem existir sem autoridade instituída, e especialmente como o movimento anarquista histórico dos últimos duzentos anos; e define-se religião como a crença na existência e na significância de seres sobrenaturais, e especialmente como o sistema judaico-cristão prevalecente dos últimos duzentos anos. Meu tema é a pergunta: Há alguma conexão necessária entre os dois, e, se há, qual é ela? As possíveis respostas são as seguintes: pode não haver qualquer conexão, se as crenças a respeito da sociedade humana e da natureza do universo forem bem independentes; e, se há conexão, ela pode ser ou positiva, se anarquismo e religião reforçam um ao outro, ou negativa, se anarquismo e religião contradizem um ao outro.

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A Lanterna

Jornal anticlerical editado inicialmente por Benjamim Mota e, posteriormente, por Edgard Leuenroth. Subintitulado Jornal de Combate ao Clericalismo, pode ser considerado o veículo mais notável do livre pensamento brasileiro durante a primeira república. Digitalizado pelo Arquivo Bem-Estar e Liberdade a partir de edições depositadas no Arquivo Edgard Leuenroth, na Universidade Estadual de Campinas-SP. Material em português.

 

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Um Manifesto Anarquista

Louisa Sarah Bevington

 

Companheiros trabalhadores,

Vimos perante vocês como anarquistas comunistas para explicar nossos princípios. Estamos cientes de que as mentes de muitos de vocês foram envenenadas pelas mentiras que todos os partidos diligentemente espalharam sobre nós. Mas certamente as perseguições às quais fomos e estamos sujeitos pelas classes governantes de todos os países devem abrir os olhos daqueles que amam o jogo limpo. Milhares de nossos companheiros estão sofrendo na prisão ou sendo levados a ficar sem-teto de um país a outro. A liberdade de expressão – praticamente a única parte da liberdade britânica que pode ser de qualquer utilidade para o povo – nos é negada em muitas instâncias, como os eventos dos últimos anos demonstraram.

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O Fracasso do Cristianismo

Emma Goldman

 

Os falsificadores e envenenadores de ideias, em sua tentativa de obscurecer a linha entre a verdade e a falsidade, encontram um aliado valioso no conservadorismo da linguagem. As concepções e as palavras que há muito tempo atrás perderam seu significado original continuam através dos séculos a dominar a humanidade. Isso é especialmente verdadeiro se essas concepções se tornaram lugar-comum, se elas foram instiladas em nossos seres desde nossa infância como grandes e irrefutáveis veracidades. A mente média se contenta facilmente com coisas herdadas e adquiridas, ou com os ditados dos pais e dos professores, porque é muito mais fácil imitar do que criar.

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A Filosofia do Ateísmo

Emma Goldman

 

Para dar uma exposição adequada sobre a Filosofia do Ateísmo, seria necessário adentrar as mudanças históricas da crença em uma Divindade, de seu começo até os dias atuais, mas isso não está dentro do escopo do artigo atual. Todavia, não está fora de lugar mencionar, de passagem, que o conceito Deus, Poder Sobrenatural, Espírito, Divindade, ou qualquer outro termo em que a essência do Teísmo possa ter encontrado expressão, se tornou mais indefinido e obscuro no curso do tempo e do progresso. Em outras palavras, a ideia de Deus está se tornando mais impessoal e nebulosa na proporção em que a mente humana está aprendendo a entender os fenômenos naturais e no grau em que a ciência progressivamente correlaciona eventos humanos e sociais.

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