Nick Heath
Baron era o tipo de mulher russa completamente consagrada à causa da humanidade. Enquanto esteve nos Estados Unidos, ela dedicou todo seu tempo livre e uma boa parte de sua magra renda em uma fábrica para avançar a propaganda anarquista. Anos depois, quando a conheci em Kharkov, seu zelo e devoção tinham se tornados mais intensos devido à perseguição que ela e seus companheiros haviam suportado desde seu retorno à Rússia. Ela possuía coragem desenfreada e um espírito generoso. Ela podia realizar a tarefa mais difícil e se privar do último pedaço de pão com graça e completo altruísmo. Sob condições penosas de viagem, Fanya ia para cima e para baixo da Ucrânia para espalhar o Nabat, para organizar os trabalhadores e os camponeses, ou para trazer ajuda e socorro aos seus companheiros aprisionados. Ela foi uma das vítimas da batida de Butyrki, quando foi arrastada por seu cabelo e bastante espancada. Depois de sua escapada da prisão de Ryazan, ela caminhou pesadamente até Moscou, chegando em farrapos e sem um tostão. Foi sua condição desesperada que a levou a buscar abrigo com o irmão de seu marido, em cuja casa foi descoberta pela Tcheka. Esta mulher de grande coração, que serviu à Revolução Social por toda a sua vida, foi levada à morte pelas pessoas que fingiram ser a guarda dianteira da revolução. Não contentes com o crime de ter matado Fanya Baron, o governo soviético colocou o estigma do banditismo sobre a memória de sua vítima morta.
Emma Goldman – My Further Disillusionment in Russia
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