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Anarcafeminismo: Pensando sobre o Anarquismo

Deirdre Hogan

 

Um princípio importante do anarquismo e que mais do que qualquer outro o diferencia de outros tipos de socialismo é sua ênfase na liberdade e nas relações sociais não hierárquicas.

Central ao anarquismo é a rejeição de qualquer hierarquia de poder entre homens e mulheres. Anarquistas acreditam que a liberdade de uma pessoa é baseada na liberdade de todas e que portanto não pode haver sociedade anarquista verdadeira sem um fim a todas as estruturas existentes de dominação e exploração, incluindo naturalmente a opressão das mulheres. Como anarquistas, acreditamos que os meios determinam o fim. Isso significa que não esperamos por alguma revolução futura para enfrentar os problemas do sexismo, mas ao invés disso enxergamos que é importante lutar contra ele no aqui e no agora. Como anarquistas, lutamos para assegurar que nossas próprias organizações e também as campanhas com que nos envolvemos estejam livres de sexismo e hierarquias de poder e que todos os membros tenham igual poder de tomada de decisões.

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A Lanterna

Jornal anticlerical editado inicialmente por Benjamim Mota e, posteriormente, por Edgard Leuenroth. Subintitulado Jornal de Combate ao Clericalismo, pode ser considerado o veículo mais notável do livre pensamento brasileiro durante a primeira república. Digitalizado pelo Arquivo Bem-Estar e Liberdade a partir de edições depositadas no Arquivo Edgard Leuenroth, na Universidade Estadual de Campinas-SP. Material em português.

 

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Um Manifesto Anarquista

Louisa Sarah Bevington

 

Companheiros trabalhadores,

Vimos perante vocês como anarquistas comunistas para explicar nossos princípios. Estamos cientes de que as mentes de muitos de vocês foram envenenadas pelas mentiras que todos os partidos diligentemente espalharam sobre nós. Mas certamente as perseguições às quais fomos e estamos sujeitos pelas classes governantes de todos os países devem abrir os olhos daqueles que amam o jogo limpo. Milhares de nossos companheiros estão sofrendo na prisão ou sendo levados a ficar sem-teto de um país a outro. A liberdade de expressão – praticamente a única parte da liberdade britânica que pode ser de qualquer utilidade para o povo – nos é negada em muitas instâncias, como os eventos dos últimos anos demonstraram.

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A Anarquia

José Oiticica

 

Para a anarquia vai a humanidade,
Que da anarquia a humanidade vem!
Vede como esse ideal de acordo invade
As classes todas pelo mundo além.

Que importa que a fração dos ricos brade,
Vendo que a antiga lei não se mantém?
Hão de ruir as muralhas da cidade,
Que não há fortalezas contra o bem.

Façam da ação dos subversivos crime,
Persigam, matem, zombem, tudo em vão…
A ideia perseguida é mais sublime.

Pois nos rudes ataques à opressão,
A cada herói que morra ou desanime
Dezenas de outros bravos surgirão.

 

Publicado originalmente em “Sonetos”,
Casa Ramalho, Rio de Janeiro, 1919

 

Anarquia

Por Que os Anarquistas Não Aceitam a Ação Político-Eleitoral

Edgard Leuenroth

 

Ainda há, mesmo entre pessoas letradas ou que se têm nessa conta, quem faça essa indagação. Destinando-se esse livro à conduta dos anarquistas, torna-se necessário falarmos, embora sumariamente, sobre as razões pelas quais os libertários não aceitam a ação parlamentar, abstendo-se, consequentemente, de votar para a escolha de representantes junto às várias casas legislativas, na base da política partidária. Para esse fim, são aproveitadas as considerações contidas na carta com que o autor deste livro se pronunciou sobre a apresentação de seu nome como candidato a deputado, por ocasião das eleições realizadas no começo de 1918, quando se encontrava preso na Casa de Detenção (então Cadeia Pública), processado como “autor psicointelectual” da greve geral de 1917, que paralisou toda a vida produtiva de São Paulo.

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Patrick Rossineri: Entre a Plataforma e o Partido – As Tendências Autoritárias e o Anarquismo

CapaAs tendências plataformistas e anarcopartidárias especifistas declamam uma renovação teórica que, quando não brilha por sua ausência, tão só se reduz à incorporação acrítica de elementos ideológicos do marxismo-leninismo.  A pobreza teórica da Plataforma de Archinoff é tal que sua análise do contexto político, econômico e social da Rússia de 1921 nem sequer eram satisfatórios para os padrões da época. Isto não seria um problema sequer a se considerar se os autores da Plataforma não tivessem dado validade universal às suas teorias. E não se deve pensar que os neoplataformistas na atualidade não repetem semelhante sandice; eles se encarregam de pregá-la aos quatro ventos.

 

Conteúdo:
Introdução
I. O que é um partido político?
II. A falácia do partido bakuninista
III. A artimanha do “partido de Malatesta”
IV. Lenin e a concepção bolchevique de Partido
V. Algumas críticas à concepção leninista de partido
VI. No começo, a Plataforma
VII. As propostas da Plataforma Organizacional
VIII. As reações contra a Plataforma
IX. A crítica de Volin, Fleshin e outros exilados russos
X. Outras réplicas à Plataforma
XI. A polêmica com Malatesta
XII. A primeira morte da Plataforma
XIII. França: um retorno turbulento
XIV. O neoplataformismo desde 1968
XV. Anarquismo partidário e especifismo
XVI. Conclusões: entre o extravio teórico e a fraude ideológica
Notas

 

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O Fracasso do Cristianismo

Emma Goldman

 

Os falsificadores e envenenadores de ideias, em sua tentativa de obscurecer a linha entre a verdade e a falsidade, encontram um aliado valioso no conservadorismo da linguagem. As concepções e as palavras que há muito tempo atrás perderam seu significado original continuam através dos séculos a dominar a humanidade. Isso é especialmente verdadeiro se essas concepções se tornaram lugar-comum, se elas foram instiladas em nossos seres desde nossa infância como grandes e irrefutáveis veracidades. A mente média se contenta facilmente com coisas herdadas e adquiridas, ou com os ditados dos pais e dos professores, porque é muito mais fácil imitar do que criar.

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