Category Archives: artigo

Anarquismo

Charlotte Wilson

 

A vida em comum desenvolveu o instinto social em duas direções conflituosas, e a história de nossa experiência no pensamento e na ação é o registro desta luta dentro de cada indivíduo e sua reflexão dentro de cada sociedade. Uma tendência é em direção à dominação; em outras palavras, em direção à asserção do ego menor e sensual contra o ego similar de outros, sem ver que, por esta atitude, a verdadeira individualidade se empobrece, se esvazia e se reduz à nulidade. A outra tendência é em direção à fraternidade igualitária, ou à autoafirmação e ao cumprimento do ego maior, o único verdadeiro e humano, que inclui toda a natureza, e dissolve, desse modo, a ilusão do mero individualismo atômico.

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Anarquismo e Religião

Nicolas Walter

 

Para o propósito atual, define-se anarquismo como a ideologia política e social que defende que os agrupamentos humanos podem e devem existir sem autoridade instituída, e especialmente como o movimento anarquista histórico dos últimos duzentos anos; e define-se religião como a crença na existência e na significância de seres sobrenaturais, e especialmente como o sistema judaico-cristão prevalecente dos últimos duzentos anos. Meu tema é a pergunta: Há alguma conexão necessária entre os dois, e, se há, qual é ela? As possíveis respostas são as seguintes: pode não haver qualquer conexão, se as crenças a respeito da sociedade humana e da natureza do universo forem bem independentes; e, se há conexão, ela pode ser ou positiva, se anarquismo e religião reforçam um ao outro, ou negativa, se anarquismo e religião contradizem um ao outro.

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Anarquismo: A Conexão Feminista

Peggy Kornegger

 

Há onze anos atrás, quando eu estava em escola de ensino médio de uma cidade pequena de Illinois, eu nunca tinha ouvido falar da palavra “anarquismo” – de forma alguma. O mais perto dela que eu havia chegado era descobrir que anarquia significava “caos”. Quanto a socialismo e comunismo, minhas aulas de história de alguma forma passavam a mensagem de que não havia diferença entre eles e o fascismo, uma palavra que trazia à mente Hitler, campos de concentração e todos os tipos de coisas horríveis que nunca aconteceram em países livres como o nosso. Eu estava sutilmente sendo ensinada a engolir a insipidez da tradicional política estadunidense: moderação, cessão, ficar em cima do muro, idolatrar Chuck Percy. Eu aprendi bem a lição: levei anos para reconhecer a confusão e a distorção que moldaram minha “educação” inteira. A história do homem (branco) queria exatamente isso; como mulher, eu estava relegada a uma existência vicária. Como anarquista, eu não tinha nenhuma existência. Um pedaço inteiro do passado (e, portanto, possibilidades para o futuro) havia sido escondido de mim. Somente recentemente eu descobri que muitos dos meus impulsos e inclinações políticas desconectadas compartilhavam uma perspectiva em comum – ou seja, a tradição anarquista ou libertária de pensamento. Eu estava me sentindo como se de repente tivesse começado a enxergar vermelho depois de anos de cinzas daltônicos.

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Anarcafeminismo: Pensando sobre o Anarquismo

Deirdre Hogan

 

Um princípio importante do anarquismo e que mais do que qualquer outro o diferencia de outros tipos de socialismo é sua ênfase na liberdade e nas relações sociais não hierárquicas.

Central ao anarquismo é a rejeição de qualquer hierarquia de poder entre homens e mulheres. Anarquistas acreditam que a liberdade de uma pessoa é baseada na liberdade de todas e que portanto não pode haver sociedade anarquista verdadeira sem um fim a todas as estruturas existentes de dominação e exploração, incluindo naturalmente a opressão das mulheres. Como anarquistas, acreditamos que os meios determinam o fim. Isso significa que não esperamos por alguma revolução futura para enfrentar os problemas do sexismo, mas ao invés disso enxergamos que é importante lutar contra ele no aqui e no agora. Como anarquistas, lutamos para assegurar que nossas próprias organizações e também as campanhas com que nos envolvemos estejam livres de sexismo e hierarquias de poder e que todos os membros tenham igual poder de tomada de decisões.

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Um Manifesto Anarquista

Louisa Sarah Bevington

 

Companheiros trabalhadores,

Vimos perante vocês como anarquistas comunistas para explicar nossos princípios. Estamos cientes de que as mentes de muitos de vocês foram envenenadas pelas mentiras que todos os partidos diligentemente espalharam sobre nós. Mas certamente as perseguições às quais fomos e estamos sujeitos pelas classes governantes de todos os países devem abrir os olhos daqueles que amam o jogo limpo. Milhares de nossos companheiros estão sofrendo na prisão ou sendo levados a ficar sem-teto de um país a outro. A liberdade de expressão – praticamente a única parte da liberdade britânica que pode ser de qualquer utilidade para o povo – nos é negada em muitas instâncias, como os eventos dos últimos anos demonstraram.

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Por Que os Anarquistas Não Aceitam a Ação Político-Eleitoral

Edgard Leuenroth

 

Ainda há, mesmo entre pessoas letradas ou que se têm nessa conta, quem faça essa indagação. Destinando-se esse livro à conduta dos anarquistas, torna-se necessário falarmos, embora sumariamente, sobre as razões pelas quais os libertários não aceitam a ação parlamentar, abstendo-se, consequentemente, de votar para a escolha de representantes junto às várias casas legislativas, na base da política partidária. Para esse fim, são aproveitadas as considerações contidas na carta com que o autor deste livro se pronunciou sobre a apresentação de seu nome como candidato a deputado, por ocasião das eleições realizadas no começo de 1918, quando se encontrava preso na Casa de Detenção (então Cadeia Pública), processado como “autor psicointelectual” da greve geral de 1917, que paralisou toda a vida produtiva de São Paulo.

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O Fracasso do Cristianismo

Emma Goldman

 

Os falsificadores e envenenadores de ideias, em sua tentativa de obscurecer a linha entre a verdade e a falsidade, encontram um aliado valioso no conservadorismo da linguagem. As concepções e as palavras que há muito tempo atrás perderam seu significado original continuam através dos séculos a dominar a humanidade. Isso é especialmente verdadeiro se essas concepções se tornaram lugar-comum, se elas foram instiladas em nossos seres desde nossa infância como grandes e irrefutáveis veracidades. A mente média se contenta facilmente com coisas herdadas e adquiridas, ou com os ditados dos pais e dos professores, porque é muito mais fácil imitar do que criar.

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A Filosofia do Ateísmo

Emma Goldman

 

Para dar uma exposição adequada sobre a Filosofia do Ateísmo, seria necessário adentrar as mudanças históricas da crença em uma Divindade, de seu começo até os dias atuais, mas isso não está dentro do escopo do artigo atual. Todavia, não está fora de lugar mencionar, de passagem, que o conceito Deus, Poder Sobrenatural, Espírito, Divindade, ou qualquer outro termo em que a essência do Teísmo possa ter encontrado expressão, se tornou mais indefinido e obscuro no curso do tempo e do progresso. Em outras palavras, a ideia de Deus está se tornando mais impessoal e nebulosa na proporção em que a mente humana está aprendendo a entender os fenômenos naturais e no grau em que a ciência progressivamente correlaciona eventos humanos e sociais.

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A Quimera do Poder Popular: Uma Forma de Integração ao Sistema

Patrick Rossineri

 

Ao menos como se entende de maneira geral pela esquerda, o “poder popular” seria uma proposta para construir o socialismo mediante um modelo de democracia participativa, que reestruturaria a organização sobre a qual o Estado se sustenta. O poder popular estaria fundado na velha ideia de vontade geral de Rousseau, transferindo as atribuições do governo ao povo, instituído em organizações assembleístas de base e elegendo mediante voto os representantes no governo popular.

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Grupos Libertários e Poder Popular: Dinamitando o Anarquismo pelo Lado de Dentro

Rafael Uzcátegui

 

A ausência de espaços de intercâmbio, assim como de mecanismos de discussão entre anarquistas da América Latina, precisa que qualquer tópico a ser resolvido seja precedido de um esclarecimento a respeito do lugar de onde a reflexão se origina. A falta de continuidade orgânica, ou movimentista, se preferir, nos obriga a um eterno retorno cíclico, onde não cabem subentendidos se o que se deseja é um diálogo real e um confronto de argumentos.

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