José Oiticica
Para a anarquia vai a humanidade,
Que da anarquia a humanidade vem!
Vede como esse ideal de acordo invade
As classes todas pelo mundo além.
Que importa que a fração dos ricos brade,
Vendo que a antiga lei não se mantém?
Hão de ruir as muralhas da cidade,
Que não há fortalezas contra o bem.
Façam da ação dos subversivos crime,
Persigam, matem, zombem, tudo em vão…
A ideia perseguida é mais sublime.
Pois nos rudes ataques à opressão,
A cada herói que morra ou desanime
Dezenas de outros bravos surgirão.
Publicado originalmente em “Sonetos”,
Casa Ramalho, Rio de Janeiro, 1919