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A Filosofia do Ateísmo

Emma Goldman

 

Para dar uma exposição adequada sobre a Filosofia do Ateísmo, seria necessário adentrar as mudanças históricas da crença em uma Divindade, de seu começo até os dias atuais, mas isso não está dentro do escopo do artigo atual. Todavia, não está fora de lugar mencionar, de passagem, que o conceito Deus, Poder Sobrenatural, Espírito, Divindade, ou qualquer outro termo em que a essência do Teísmo possa ter encontrado expressão, se tornou mais indefinido e obscuro no curso do tempo e do progresso. Em outras palavras, a ideia de Deus está se tornando mais impessoal e nebulosa na proporção em que a mente humana está aprendendo a entender os fenômenos naturais e no grau em que a ciência progressivamente correlaciona eventos humanos e sociais.

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Emma  GoldmanA mais absurda apologia à autoridade e à lei é que elas servem para diminuir o crime. Tirando o fato de que o próprio Estado é o maior criminoso, quebrando todas as regras escritas e naturais, roubando na forma de impostos, matando na forma de guerra e de pena de morte, ele chegou a um impasse absoluto no enfrentamento com o crime. Ele falhou completamente em destruir ou mesmo minimizar o flagelo de sua própria criação.

Emma Goldman, em ensaio sobre o significado do anarquismo

A Quimera do Poder Popular: Uma Forma de Integração ao Sistema

Patrick Rossineri

 

Ao menos como se entende de maneira geral pela esquerda, o “poder popular” seria uma proposta para construir o socialismo mediante um modelo de democracia participativa, que reestruturaria a organização sobre a qual o Estado se sustenta. O poder popular estaria fundado na velha ideia de vontade geral de Rousseau, transferindo as atribuições do governo ao povo, instituído em organizações assembleístas de base e elegendo mediante voto os representantes no governo popular.

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Grupos Libertários e Poder Popular: Dinamitando o Anarquismo pelo Lado de Dentro

Rafael Uzcátegui

 

A ausência de espaços de intercâmbio, assim como de mecanismos de discussão entre anarquistas da América Latina, precisa que qualquer tópico a ser resolvido seja precedido de um esclarecimento a respeito do lugar de onde a reflexão se origina. A falta de continuidade orgânica, ou movimentista, se preferir, nos obriga a um eterno retorno cíclico, onde não cabem subentendidos se o que se deseja é um diálogo real e um confronto de argumentos.

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Sobre o Anarquismo na América Latina Hoje

Nelson Méndez

 

Com a quebra das certezas estáticas que haviam reinado nas décadas anteriores a 1990, as ideias e práticas ácratas passaram a ter uma audiência que lhes era desconhecida há tempos, mesmo sem gerar um auge imediato ou sem maiores trâmites. Às vezes operaram influências de fora da área continental, quando ficou claro que o pensamento e a ação mais chamativos no resto do mundo em referência à reativação das lutas sociais, à organização coletiva que superasse os falidos modelos leninistas, ou à definição de propostas revolucionárias consequentes, vinha em medida crescente do campo libertário. A isto se une o descobrimento que distintos atores sociais, em contextos diferentes, faziam agora tanto das ideias do anarquismo como de sua história em nossos países, pois na esquerda a excludente hegemonia doutrinária do marxismo e de seus parciais estava se debilitando. Assim, ao longo de um intervalo que chega até hoje e cobre todos os confins da América Latina, um crescente número de ativistas, de jovens com perguntas e inquietudes, de mulheres, de indígenas, de estudantes, de trabalhadores, de pessoas com curiosidade intelectual, se aproximam do ideal anarquista com interesse que só tem precedentes no que despertou no começo do século XX.

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Funerais de Estado, Amnésia e Anarquismo

Resposta à declaração da FAU frente à morte de Chávez

 

Coletivo Editor de El Libertario

 

Datada do dia seguinte ao falecimento do presidente venezuelano, foi divulgada a declaração intitulada La Muerte de Hugo Chávez: Su Repercusión en América Latina y el Mundo[1], publicada e mantida (até o momento em que estas linhas são escritas) em lugar de destaque na página virtual da Federación Anarquista Uruguaya – FAU, grupo que assina como responsável por este texto. Ali, são propostas diversas considerações sobre a personalidade do falecido, sobre seu papel histórico na Venezuela e na América Latina, sobre o governo e o movimento político que encabeçou, assinalando uma avaliação e algumas conclusões em relação às quais nos pareceu obrigatório expressar nossa réplica, pois essa declaração, baseada em estimativas erradas e/ou desinformadas sobre Chávez e a Venezuela, aponta um juízo positivo, não somente distante do que caberia ser dito a partir do anarquismo, mas além disso sugerindo um curso de ação (o assim chamado “apoio crítico”) frente a essa classe de figuras e seus governos que, conforme entendemos, desnaturaliza totalmente o ideal e a prática ácrata, que por essa via termina por se converter em paródia do marxismo, especialmente quanto a limitações e falhas.

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Contra as Touradas e a Exploração Humana

Francesc Ferrer i Guàrdia

 

Frente ao debate muito interessante que foi aberto sobre a proibição das touradas, cada um tentando puxar a sardinha para o seu lado, talvez seja conveniente ler a seguinte carta de Francesc Ferrer i Guàrdia sobre sua adesão, em fevereiro de 1905, a um ato de denúncia de tais “festas” (reproduzido no periódico ¡Tierra!, de Habana, em 13 de outubro de 1911). Pouco mais podemos adicionar ao exposto por este livre-pensador que possa sintetizar nossos pensamentos a respeito destas questões.

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José Correia Pires: A Revolução Social e a Sua Interpretação Anarquista

CapaO anarquismo não é um movimento que se isole e é na associação, sindicatos e cooperativas, extratos sociais onde a ideia da libertação mais facilmente ecoa, onde mais exerce sua atividade e maior número de adeptos recruta. Em regimes ou clima onde a liberdade de associação e de pensamento não se viva, as ideias de liberdade se eclipsam, a tomada do poder se desenvolve e arreiga na maioria dos espíritos, os partidos políticos proliferam… Revolucionário é o que, não só consciente dos seus direitos e deveres, propugna e atua diretamente contra todos os obstáculos da revolução, mas também o que mentaliza e educa o homem e a sociedade no sentido de uma completa desalienação de ambos.

 

Conteúdo:
Introdução
Prefácio
I. Causas da transformação social
II. A economia do lucro
III. O anarquismo e sua definição
IV. Os anarquistas também são socialistas
V. Meios e fins do anarquismo
VI. Os elementos de produção na transformação social
VII. Os elementos de relação em anarquia

 

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