Category Archives: anarcocomunismo

O Fracasso do Cristianismo

Emma Goldman

 

Os falsificadores e envenenadores de ideias, em sua tentativa de obscurecer a linha entre a verdade e a falsidade, encontram um aliado valioso no conservadorismo da linguagem. As concepções e as palavras que há muito tempo atrás perderam seu significado original continuam através dos séculos a dominar a humanidade. Isso é especialmente verdadeiro se essas concepções se tornaram lugar-comum, se elas foram instiladas em nossos seres desde nossa infância como grandes e irrefutáveis veracidades. A mente média se contenta facilmente com coisas herdadas e adquiridas, ou com os ditados dos pais e dos professores, porque é muito mais fácil imitar do que criar.

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A Filosofia do Ateísmo

Emma Goldman

 

Para dar uma exposição adequada sobre a Filosofia do Ateísmo, seria necessário adentrar as mudanças históricas da crença em uma Divindade, de seu começo até os dias atuais, mas isso não está dentro do escopo do artigo atual. Todavia, não está fora de lugar mencionar, de passagem, que o conceito Deus, Poder Sobrenatural, Espírito, Divindade, ou qualquer outro termo em que a essência do Teísmo possa ter encontrado expressão, se tornou mais indefinido e obscuro no curso do tempo e do progresso. Em outras palavras, a ideia de Deus está se tornando mais impessoal e nebulosa na proporção em que a mente humana está aprendendo a entender os fenômenos naturais e no grau em que a ciência progressivamente correlaciona eventos humanos e sociais.

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Emma  GoldmanA mais absurda apologia à autoridade e à lei é que elas servem para diminuir o crime. Tirando o fato de que o próprio Estado é o maior criminoso, quebrando todas as regras escritas e naturais, roubando na forma de impostos, matando na forma de guerra e de pena de morte, ele chegou a um impasse absoluto no enfrentamento com o crime. Ele falhou completamente em destruir ou mesmo minimizar o flagelo de sua própria criação.

Emma Goldman, em ensaio sobre o significado do anarquismo

A Quimera do Poder Popular: Uma Forma de Integração ao Sistema

Patrick Rossineri

 

Ao menos como se entende de maneira geral pela esquerda, o “poder popular” seria uma proposta para construir o socialismo mediante um modelo de democracia participativa, que reestruturaria a organização sobre a qual o Estado se sustenta. O poder popular estaria fundado na velha ideia de vontade geral de Rousseau, transferindo as atribuições do governo ao povo, instituído em organizações assembleístas de base e elegendo mediante voto os representantes no governo popular.

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Grupos Libertários e Poder Popular: Dinamitando o Anarquismo pelo Lado de Dentro

Rafael Uzcátegui

 

A ausência de espaços de intercâmbio, assim como de mecanismos de discussão entre anarquistas da América Latina, precisa que qualquer tópico a ser resolvido seja precedido de um esclarecimento a respeito do lugar de onde a reflexão se origina. A falta de continuidade orgânica, ou movimentista, se preferir, nos obriga a um eterno retorno cíclico, onde não cabem subentendidos se o que se deseja é um diálogo real e um confronto de argumentos.

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Sobre o Anarquismo na América Latina Hoje

Nelson Méndez

 

Com a quebra das certezas estáticas que haviam reinado nas décadas anteriores a 1990, as ideias e práticas ácratas passaram a ter uma audiência que lhes era desconhecida há tempos, mesmo sem gerar um auge imediato ou sem maiores trâmites. Às vezes operaram influências de fora da área continental, quando ficou claro que o pensamento e a ação mais chamativos no resto do mundo em referência à reativação das lutas sociais, à organização coletiva que superasse os falidos modelos leninistas, ou à definição de propostas revolucionárias consequentes, vinha em medida crescente do campo libertário. A isto se une o descobrimento que distintos atores sociais, em contextos diferentes, faziam agora tanto das ideias do anarquismo como de sua história em nossos países, pois na esquerda a excludente hegemonia doutrinária do marxismo e de seus parciais estava se debilitando. Assim, ao longo de um intervalo que chega até hoje e cobre todos os confins da América Latina, um crescente número de ativistas, de jovens com perguntas e inquietudes, de mulheres, de indígenas, de estudantes, de trabalhadores, de pessoas com curiosidade intelectual, se aproximam do ideal anarquista com interesse que só tem precedentes no que despertou no começo do século XX.

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Funerais de Estado, Amnésia e Anarquismo

Resposta à declaração da FAU frente à morte de Chávez

 

Coletivo Editor de El Libertario

 

Datada do dia seguinte ao falecimento do presidente venezuelano, foi divulgada a declaração intitulada La Muerte de Hugo Chávez: Su Repercusión en América Latina y el Mundo[1], publicada e mantida (até o momento em que estas linhas são escritas) em lugar de destaque na página virtual da Federación Anarquista Uruguaya – FAU, grupo que assina como responsável por este texto. Ali, são propostas diversas considerações sobre a personalidade do falecido, sobre seu papel histórico na Venezuela e na América Latina, sobre o governo e o movimento político que encabeçou, assinalando uma avaliação e algumas conclusões em relação às quais nos pareceu obrigatório expressar nossa réplica, pois essa declaração, baseada em estimativas erradas e/ou desinformadas sobre Chávez e a Venezuela, aponta um juízo positivo, não somente distante do que caberia ser dito a partir do anarquismo, mas além disso sugerindo um curso de ação (o assim chamado “apoio crítico”) frente a essa classe de figuras e seus governos que, conforme entendemos, desnaturaliza totalmente o ideal e a prática ácrata, que por essa via termina por se converter em paródia do marxismo, especialmente quanto a limitações e falhas.

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